Vimos na última semana uma mudança na política de preços da Petrobras, onde ela deixa de seguir, única e exclusivamente o PPI e passa a adotar outras formas de acompanhar e repassar ao mercado suas variações, que são as seguintes.:
1 – Custo Alternativo do Cliente = Analisa as alternativas internas de suprimento, sejam fornecedores ou produtos substitutos;
2 – Valor Marginal = Analisa os custos de oportunidade para a Petrobras, seja na produção quanto na importação;
Resumindo, essas variáveis não são mensuráveis apenas através de cálculos, e sim são variáveis com teor qualitativo, ou seja, ao invés de analisar somente o PPI (mensurável) agora a Petrobras vai considerar questões como por exemplo de produção, utilização das refinarias, sobras de cotas entre localidades, safra da cana-de-açucar, safra da soja, ou seja, a Petrobras vai analisar qual o impacto de um reajuste sobre a economia como um todo.
Podemos então dizer que teremos reajustes, porém não com a mesma frequência e o mesmo peso que os reajustes anteriores tinham, mas sim teremos correções, para que seu preço fique competitivo em relação ao preço do produto importado ou em relação aos players internos.
Lembrando que estamos em um momento muito favorável para a aplicação dessa mudança, petróleo caindo, dólar caindo e derivado caindo no mercado externo, ou seja, temos a “tempestade” perfeita.
Porém como o cenário econômico mundial é cíclico, e nos momentos de alta, como a empresa irá se comportar em relação a um cenário não favorável? Essa é uma resposta que só teremos mais à frente.
Lembrando também, que temos uma dependência importante de produto importado para suprir nossa demanda, principalmente de diesel, que hoje representa algo em torno de 25% do nosso volume.
Com essa mudança, possivelmente veremos tradings e distribuidoras menores saindo do mercado de importação, pois segundo falas do CEO da Petrobras, ela manterá seu preço abaixo do mercado internacional, e isso inviabiliza a importação por empresas com menor capacidade financeira e capilaridade operacional para “desovar” esse produto.
O que certamente veremos, é uma concentração maior de mercado, pois as grandes distribuidoras com todo seu poder financeiro e de armazenagem, continuarão importando normalmente, porém agora, mais do que nunca, todo esse custo adicional de um produto mais caro, será repassado ao mercado com mais frequência.
Outra pergunta importante, e as refinarias que foram privatizadas, como ficam nessa história? Acelen e Ream, já se posicionaram que continuarão seguindo o PPI, porém até que ponto isso impactará suas operações, principalmente em momentos em que o preço subir muito e Petrobras não repassar esse movimento ao mercado.
Todas essas perguntas ainda estão sem respostas concretas, pois como é uma mudança muito recente, não sabemos o impacto dela no longo prazo.
Acompanharemos e veremos como isso irá se refletir ao longo do tempo.
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Por: MURILO GENARI BARCO | Diretor Comercial
www.valencioconsultoria.com.br