RIO – (Atualizada às 19h30) Em meio à retomada do debate nacional sobre os preços praticados pela Petrobras, frente às ameaças de uma nova greve dos caminhoneiros, a estatal passou a divulgar a partir desta segunda-feira ((22), em seu site, os preços praticados pela empresa, à vista, nos 37 pontos de suprimento do mercado brasileiro, para a gasolina, o diesel S10 e o diesel S500.
A iniciativa está em linha com o que defende a Agência Nacional de Petróleo (ANP). O órgão regulador prepara uma resolução para dar mais transparência ao mercado de combustíveis no Brasil e cujo objetivo é obrigar a petroleira — e outros agentes dominantes regionais — a divulgar os preços reais praticados nos diferentes pontos de suprimento.
Até então, a Petrobras vinha publicando em seu site apenas a média nacional dos preços praticados pela empresa nas refinarias. Além disso, a companhia divulgava a média mensal dos preços em cada ponto, com defasagem de um mês. Com a medida, a petroleira se antecipa à resolução da ANP.
Em entrevista recente ao Valor, o diretor-geral da agência reguladora, Décio Oddone, disse que a forma como a Petrobras divulgava seus preços era “no mínimo incompleta, para dizer uma palavra suave”.
A mudança na estratégia de comunicação da estatal acontece num momento em que os preços da companhia voltaram a ser questionados pelos caminhoneiros.
Em seu site, a petroleira reitera que sua política de preços para a gasolina e o diesel tem como base o preço da paridade de importação — que considera, por sua vez, as cotações internacionais dos derivados — além da margem que cobre os riscos da atividade.
A política de preços da empresa já passou, nos últimos anos, por uma série de mudanças, a última delas aconteceu no dia 26 de março, quando a estatal anunciou que os preços do diesel passariam a ser reajustados, a partir daquela data, por períodos não inferiores a 15 dias. Com isso, a companhia abandonou, somente para o diesel, o formato usado desde 3 de julho de 2017 que previa reajustes com maior periodicidade, a qualquer tempo, inclusive diariamente.
Gasolina em Brasília é a mais cara
A decisão da Petrobras sobre a maneira de divulgar os preços do litro da gasolina e do diesel mostra que há uma variação grande entre as diferentes regiões do país.
No caso da gasolina, são 34 pontos de fornecimento. O preço mais alto atualmente é cobrado em Brasília, onde o litro custa R$ 2,0663, seguido de perto pelos R$ 2,0621 na cidade goiana de Senador Canedo. Já o valor mais baixo é praticado em São Luís, onde o litro custa R$ 1,7688. A diferença entre o maior e o menor valor por litro é de R$ 0,2975.
Já o fornecimento do diesel S500 (com 500 partes de enxofre por milhão) ocorre em 35 pontos. O litro mais caro se encontra na cidade mineira de Uberaba, com R$ 2,3564, seguido por Senador Canedo, com R$ 2,3543 e Brasília, com 2,3527. Já o litro do diesel S500 mais barato é fornecido pela estatal em Itacoatiara, a R$ 2,1206, seguido por São Luís, por R$ 2,1241. A diferença entre o maior e o menor preço é de R$ 0,2358.
A companhia também divulgou os preços cobrados nos 30 pontos que fornecem diesel S10 (com 10 partes de enxofre por milhão). Neste caso, os maiores valores estão em Uberaba, com R$ 2,4011 por litro; Senador Canedo, com R$ 2,3858; e Ribeirão Preto, com R$ 2,3537. Os menores preços por litro estão em Ipojuca (PE), com R$ 2,1422; São Luís, com R$ 2,1451; e Itacoatiara, com R$ 2,1593. A diferença entre o maior e o menor preço é de R$ 0,2589.
Fonte: Valor Noticias