Entenda como funcionam as variações e os reajustes dos preços dos combustíveis no Brasil.
Hoje no Brasil existe uma demanda muito grande por combustíveis fosseis (Gasolina, Diesel, GLP, GNV, Óleo Combustível) e o refino destes derivados é praticamente exclusivo da Petrobras para atendimento as Distribuidoras que são responsáveis pela venda e entrega ao mercado empresarial e aos Postos de combustíveis.
Em 2011 com o advento do Diesel S-50 e S-10 as distribuidoras encontraram no mercado internacional uma ótima oportunidade de rentabilizar melhor os seus custos com a importação de derivados, em um primeiro momento com Diesel, depois com a Gasolina e mais recentemente em 2017 com o Etanol de Milho. Isso ocorreu e ocorre, pois a Petrobras e as Usinas de cana-de-açucar não possuem estrutura e capacidade suficiente para produzir a demanda do mercado interno.
Importação x Petrobras x Distribuidoras
Com a abertura da importação de produto por causa do Diesel S-10, a Petrobras começou a competir com os preços internacionais de petróleo que historicamente sempre estiveram muito abaixo do barril produzido internamente, e mesmo com as variações cambiais as Distribuidoras começaram a elevar cada dia mais os volumes de importação de derivados, pois o retorno de margem é expressivo.
Com isso surgiram pequenas e grandes tradings especializadas em importação de Petróleo Bruto e refinado. Consequentemente, a Petrobras começou a perder margem para defender sua participação de mercado interno e suas refinarias entraram em processo produção ociosa, chegando em 2017 a ter 30% da sua capacidade de produção em situação de ociosidade.
As Distribuidoras elevaram exponencialmente os lucros, pois o beneficio do custo de compra do produto importado não foi e não é repassado ao mercado, tornou-se margem operacional e o consumidor empresarial e final ao longo deste tempo tem pago o mesmo preço por um produto importado muito mais barato.
Petrobras e a politica de preços
A Petrobras precisou tomar uma atitude e implantar uma regra que defende-se sua participação no mercado de derivados de petróleo, e em Outubro/16 implantou uma política de precificação.
Antes da política de precificação todas as decisões de reajuste do custo refinaria para os combustíveis eram definidas pelo governo, pois a Petrobras é uma empresa estatal. O governo sempre avaliou apenas o impacto inflacionário dos combustíveis e nunca a participação de mercado da Petrobras ou a situação econômica detalhada do negócio, e isso fez com que a estatal acumula-se anos e anos de prejuízos.
Após a implantação da política de precificação as decisões de reajustes dos combustíveis passaram a ser inteiramente tomadas pelo corpo diretivo da Petrobras e seguindo uma regra simples: a variação do barril do petróleo internacional juntamente com o cambio, e paralelamente a isso o Market Share. A ideia é blindar a sua produção acompanhando a volatilidade do mercado internacional do petróleo, mantendo um spread de margem mínimo em relação ao barril de petróleo importado em prol de reduzir a importação de derivados, ja que seu produto se torna mais competitivo e a um risco menor.
Desde Julho/17 as variações dos preços que ocorriam uma vez ao mês começaram a ser diárias, isso porque o mercado econômico de petróleo é extremamente volátil sofrendo com impactos geopolíticos e climáticos. Portanto, qualquer noticia especulativa impacta significamente nas cotações do Petróleo.
A politica de preços e o Mercado
O Mercado desde então tem convivido com reajustes constantes no custo dos combustíveis, hora aumentos outras vezes reduções e isso tem influenciado nos custos tanto para empresários como para os consumidores finais, pois a cada dia há um preço novo de refinaria.
O que precisa ficar claro é que o impacto percentual de reajuste na refinaria nunca será o mesmo para o consumidor final. Existem questões tributárias, técnicas e comerciais que impactam nestes valores.
O gráfico abaixo mostra a relação dos reajustes da petrobras nas refinarias diariamente X qual deve ser o real impacto para os consumidores finais
Por exemplo:
A Gasolina comercializada no Brasil possui 75% de gasolina pura ou gasolina A, o restante da mistura é composto por Etanol Anidro. Portanto, o reajuste de refinaria no custo da Gasolina tem um impacto menor no preço final.
O Diesel comercializado no Brasil possui 92% de diesel puro, o restante da mistura é composto por 8% de Biodiesel.
Há também questões de substituição tributaria, pois o ICMS cobrado na refinaria é diferente do cobrado nas Distribuidoras.
A Valêncio Consultoria realiza todos estes cálculos de conversão dos reajustes de refinaria, e apresenta quais os valores de aumento e redução em R$/litro no preço do Diesel e Gasolina diariamente, monitorando e proporcionando aos seus clientes indicadores de compra e tendências de reajustes.