Estamos nos aproximando do dia 01/Mai/25, data em que entra em vigor a monofasia do PIS/COFINS para o etanol hidratado e anidro, concentrando o recolhimento no produtor com o objetivo de simplificar a fiscalização, tirando o um elo desta cadeia de tributos que no caso são as distribuidoras..
Com essa mudança, conforme artigo publicado por nós na última semana, devemos ter um impacto de redução no etanol hidratado de R$ 0,0496/L e uma alta no anidro, que deverá gerar um impacto na gasolina de R$ 0,0165/L.
Porém tem sido veiculado na imprensa uma situação que tem mexido bastante com o mercado, e também pelo posicionamento das três principais distribuidoras em relação a esse tema.
Segundo o noticiário, a Vibra seria beneficiada com a mudança e poderia ganhar mercado diante de suas duas principais concorrentes Ipiranga e Raízen, visto que a Vibra atualmente recolhe o imposto federal na sua integralidade, enquanto Ipiranga e Raízen se utilizam de manobras tributárias para recuperar o crédito de PIS/COFINS.
E já estamos vendo diversos relatos de revendedores informando que Ipiranga e Raízen informam que irão repassar aumento no dia 01/Mai/25, pois com a mudança não poderão mais realizar a recuperação do imposto, enquanto Vibra deve repassar o impacto da queda do hidratado devido, pois não se utiliza desse artifício.
Mas o grande “X” da questão é: Se essas distribuidoras estavam se creditando disso e se utilizando disso para maximizar seus resultados, agora que deixarão de ter esse benefício quem vai pagar essa conta pela segunda vez?
Adivinha?
Serão seus clientes, isso mesmo e pela segunda vez, pois elas se creditavam e não repassavam esse benefício nos preços de venda para seus clientes, e esse resultado se tornou margem. Agora para continuarem apresentando o mesmo resultado reportado, querem passar um aumento indevido e cobrar a conta dos seus clientes. E nesse embate a Vibra tem se sobressaído, principalmente perante a sua revenda, enquanto Ipiranga se limitou a soltar uma nota dizendo que cumpre suas obrigações tributárias seguindo à risca os pareceres jurídicos elaborados por especialistas, e a Raízen não se posicionou.
O fato é que o imposto irá se alterar, você que possui um posto de revenda de combustíveis ao adquirir a Gasolina e o Etanol da sua distribuidora paga pela integralidade dos tributos, e se apropriar dessa forma de um impacto que deveria ser benefício mostra um cenário de imoralidade.
O que mais impressiona é que essas empresas se dizem “parceiros” do revendedor de combustíveis. Que parceiro é esse que só olha para seu próprio umbigo?
Murilo Barco
Diretor Comercial