Voltando um pouco no tempo, em maio/23 a Petrobras anunciou uma mudança na sua política comercial, deixando de acompanhar integralmente o PPI.
O PPI foi implementado no fim de 2016 como resposta política e administrativa da estatal contra os escândalos e prejuízos que a época ocorriam sobre a Petrobras.
Com a mudança de política comercial, tivemos também um período muito crítico, onde Petrobrás segurou os preços no mercado interno, e no mês de agosto/23 chegamos a ter uma diferença para o mercado externo de mais de R$ 1,20/L em termos de PARIDADE, e não de CUSTO EFETIVO, e obviamente vimos o segmento de distribuição realizar aumentos sequenciais naquelas semanas, sob a alegação de ser a paridade do diesel importado.
E coincidência ou não, é a partir desse período que se constata através dos balanços informados pelas três maiores distribuidoras do Brasil, um movimento de crescimento exponencial em suas margens e consequentemente no resultado financeiro
Com a Petrobras deixando de acompanhar o mercado internacional e também reduzindo seu papel como principal importador, transferindo essa responsabilidade para o mercado, conforme dados oficiais da ANP, onde em 2022 a Petrobras importava 52,3% de todo diesel que o país necessitava, vemos esse ano sua participação cair para 26,7%.
Fica evidente que a distribuição encontrou uma grande oportunidade, onde constantemente vemos as mesmas anunciando reajustes, para cima é claro, com a alegação de que Petrobras está trabalhando abaixo da paridade internacional e importar é mais caro, e isso se tornou a principal justificativa para os repasses constantes de aumentos e ganho de margens.
Recentemente publicamos um artigo com o resultado das três principais empresas do segmento de distribuição de combustíveis do país, e vemos claramente no período do segundo trimestre de 2023 (2T23) o aumento nas margens unitárias das distribuidoras.
Esse comportamento fica claro quando analisamos o período (2T23) até o primeiro trimestre de 2024 (1T24)
Consequentemente, a mudança trouxe um reflexo no resultado da Petrobras, com reduções importantes em seu lucro líquido.
O que queremos abordar não é se o PPI é o melhor caminho a ser seguido ou se é a política de reajustes mais justa. Mas, é mostrar o que sempre falamos, que as distribuidoras vem se profissionalizando constantemente, e cada mudança de cenário traz uma nova oportunidade para que elas busquem novas formas de capitalizar seus negócios.
O mesmo deve ser feito por quem compra, melhorando sua gestão e monitoramento de variáveis que compõem os custos de aquisição, contratos que tragam previsibilidade, com fórmulas paramétricas, que já é uma realidade a muito tempo no segmento, mas que para a revenda, por exemplo, muitos nunca nem escutaram falar a respeito, e porque será que as distribuidoras para o segmento se demonstra tão resistente em incluir isso em seus contratos?
A resposta é simples, pois quanto menos informação e previsibilidade o mercado obtem, melhor para ela. E essa mudança de cultura e gestão precisa acontecer, caso contrário boa parte do segmento estará fadado a viver à mercê das distribuidoras, com a possibilidade limitada de aumentarem seus ganhos.
Nós da VPricing, temos o objetivo de ajudar você, comprador de combustível a mudar esse jogo, e trazer mais gestão para suas compras.