A geopolítica é um termo que no mundo globalizado atual faz parte do dia a dia dos postos de combustíveis e empresas consumidoras, pois vivemos em um mundo onde o lançamento de uma bomba a mais de 10.000 km pode gerar consequências de custo para negócios localizados por exemplo na singela cidade de Poços de Caldas/MG. Parece loucura, mas é esse o nível de interligação econômica em que estamos inseridos, baseado em impacto de escalonado.
Por este motivo é inconcebível atuar no ramo de petróleo e combustíveis, sem acompanhar diariamente cotações e noticiários, e implantar ferramentas de análises capazes de traçar cenários e antecipar movimentos, que podem custar milhões para negócios que nada tem a ver com as brigas e desentendimentos da eterna guerra fria que o mundo vive.
No caso em epígrafe, precisamos entender que o Irã é um grande produtor de petróleo mundial, e está localizado perto do Estreito de Ormuz, que é um canal de tráfego aquaviário responsável por transportar 20% do petróleo comercializado no mundo todos os meses, e constantemente o Irã ameaça bloquear essa passagem importante comercial.
Mas nessa semana de 15 a 19/04/24, após o Irã atacar Israel nos dia 13/04 como revide ao ataque realizado por Israel à sua embaixada na Síria, muitos analistas vieram a público anunciar uma disparada no petróleo, até com uma certeza inconsequente eu diria, cravando inclusive reajustes em nosso mercado nacional, mas na prática vimos o petróleo recuar -3%, e o motivo é baseado no termo “Já precificado”.
Desde janeiro/24 temos visto o petróleo subir, e os motivos também são geopolíticos, mas que englobam Rússia x Ucrânia, os Houthis financiados pelo Irã e seus ataques a navios no mar vermelho, a OPEP+ restringindo oferta de petróleo enquanto a demanda segue aquecida, ou seja, todos estes eventos ao longo do ano fizeram o barril subir de forma escalonada 13% em 2024, isso quer dizer que os investidores já precificaram todas estas possibilidades em suas estratégias e as cotações do barril do petróleo são o retrato disso. É óbvio que se o conflito entre estes dois países ficar no âmbito do revanchismo eterno, teremos mais uma guerra declarada no mundo e os eventos que faltam acontecer irão gerar impacto sobre o petróleo, mas precisamos ter cuidado com análises pontuais dentro de um contexto muito maior e complexo quando se trata de petróleo.
No Brasil, a pressão dos importadores de combustíveis têm a ver com questões econômicas, afinal me diga: “Qual distribuidora em sã consciência vai comprar gasolina importada 20% mais cara que a ofertada sem restrição pela Petrobras?”
Para as empresas que importam combustíveis, ter uma Petrobras que não segue a paridade de forma integral para a Gasolina é ruim para seus negócios, enquanto no Diesel frisamos que o cenário é muito mais sustentável, pois a disparidade média é de -3% em relação ao mercado internacional. Se você tem um posto de combustível ou uma transportadora que precisa comprar combustível para operar sua frota, ter uma visão ampla do mercado de combustíveis é fundamental, e nós da Valêncio Pricing analisamos diariamente isso e transformamos em inteligência de mercado para o seu negócio, questões geopolíticas sempre irão existir e estar embasado e preparado para elas é o nosso objetivo.