Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, e as sanções impostas pelos Estados Unidos e União Europeia em relação à Rússia, o país comandado por Putin, precisou ir em busca de novos clientes, tanto para manter sua economia de pé, e também financiar a guerra.
E a estratégia para captar esses clientes, foi o desconto tanto em relação ao petróleo como em seus derivados.
E nós como país dependente de um percentual importante de diesel importado, nos tornamos um dos principais compradores de diesel oriundo da Rússia.
Considerando o primeiro trimestre de 2024, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta responsável por divulgar os dados de importação, o Brasil importou um total de 2,640 bilhões de quilos de diesel, considerando uma densidade de 0,850 kg/L, isso dá algo em torno de 3,1 bilhões de litros, volume inferior ao mesmo período de 2023, onde importamos 2,932 bilhões de quilos ou 3,450 bilhões de litros, queda de 9,96%.
Historicamente, os Estados Unidos foram nossos maiores supridores, porém o cenário se inverteu de forma muito considerável.
No primeiro trimestre de 2023, os Estados Unidos foram responsáveis por 35,51% de todo diesel que o Brasil importou, enquanto a Rússia representou 13,13%. Já no mesmo período de 2024, os Estados Unidos representaram 10% de participação nas importações, enquanto a Rússia saltou para 65,21%, um crescimento percentual de mais de 440% de volume de um ano para o outro.
E essa diferença se dá principalmente por questões comerciais.
Abaixo seguem os números oficiais de importação de diesel feitos pelo Brasil e um comparativo do quanto de diferença trazer o produto da Rússia representou de economia, caso esse mesmo produto viesse dos EUA.
Uma diferença de mais de R$600 milhões de reais, ou R$0,3525/L.
Talvez se não tivéssemos essa opção, o preço do diesel em nosso país estaria muito mais caro, e mesmo sem movimentação da Petrobras, o mercado iria se ajustar, pois é uma conta impossível de ser subsidiada por qualquer empresa.