Em outubro de 2025 vimos uma combinação de fatores que pressionaram para baixo os preços dos combustíveis nas refinarias do país, a combinação da queda do petróleo no mercado internacional, por conta do aumento da produção aprovada pela OPEP+ e do aumento dos estoques no mercado americano, e o dólar praticamente estável, trouxe um cenário favorável para reduções dos preços nas refinarias.

Durante a maior parte de outubro, a Petrobras optou por não alterar seus preços, mesmo com o cenário externo favorável.
Porém, no dia 20/10, a Petrobras anunciou uma redução do custo da gasolina nas suas refinarias de R$0,14/L, onde o cenário mostrava que ela estava cerca de R$0,30/L, acima do mercado internacional.
Porém para diesel a empresa optou por manter inalterado.
E as demais refinarias, como foram suas movimentações?
REAM
A refinaria de Manaus, não realizou nenhum movimento para o diesel até o momento, mesmo estando com seus preços acima do mercado internacional.
Porém para Gasolina foi ela aplicou uma redução de R$ 0,1533/L, no dia 16/10.

ACELEN
Na refinaria localizada na Bahia, já vemos um comportamento muito alinhado com o cenário internacional, com redução em todos os produtos.


BRAVA ENERGIA
Já a refinaria localizada no Rio Grande do Norte, o comportamento também é alinhado ao PPI. Quando o seu custo fica abaixo do mercado internacional, ela sobe o preço, quando fica acima reduz, e quando o seu custo é similar ao produto no mercado internacional, ela mantém. E esse comportamento, fica muito mais claro no diesel.


Ao comparar os movimentos da Petrobras com os das refinarias privadas, a conclusão é que não há sinergia nas variações de preço, mas sim um “descolamento estratégico”.
Os eventos de outubro de 2025 ilustram perfeitamente as duas políticas de preços vigentes no país:
- Política da Petrobras (Estratégia Comercial): Focada em “abrasileirar” os preços, a estatal atua como um amortecedor da volatilidade. Ela segura os preços durante as flutuações diárias (sejam de alta ou baixa) e só promove reajustes quando o cenário internacional muda de patamar de forma sustentada. O corte de 4,9% na gasolina no dia 20 foi uma reação tardia à queda acumulada do petróleo e do dólar no mês.
- Política das Privadas (Atrelada ao PPI): As refinarias praticam preços de mercado, alinhados quase diariamente aos custos de importação. Seus movimentos são mais frequentes e voláteis.
O mês de outubro de 2025 demonstrou uma clara divergência entre as estratégias de precificação. A Petrobras manteve a estabilidade e só repassou a queda internacional da gasolina no final do mês, segurando o diesel. As refinarias privadas, por outro lado, ajustaram seus preços com maior frequência, refletindo a volatilidade do mercado.
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Por: Bruno Valêncio • Founder