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A Margem da Distribuição está Cada Vez Maior sobre Combustíveis

  • Publicado em 18/09/2025
  • Por: Bruno Valêncio

Em recente matéria, publicada pelo blog Brasil de Fato Leia Aqui, é abordado um tema de grande relevância, frequentemente discutido tanto em nossos artigos quanto em nossas transmissões ao vivo: o aumento da margem do segmento de distribuição de combustíveis. Sempre que surge uma oportunidade, por menor que seja, o setor aproveita para aplicar “um tapa na margem”, jargão comum entre os profissionais da distribuição.

Tal prática, contudo, tem gerado questionamentos, principalmente por parte do governo, que vem pressionando os órgãos fiscalizadores para apurar essa conduta. Ao longo do ano, a Petrobras efetuou reduções nos preços, mas estas não têm chegado ao consumidor final.

A matéria menciona que a margem bruta dos segmentos de distribuição e revenda teve um salto no período de janeiro a agosto de 2025. Segundo estudo publicado pelo INEEP (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a margem passou de 15,5% para 20,9%.

O pesquisador do INEEP destaca pontos relevantes, como o fato de que “o aumento das margens de lucro não está ligado a fatores logísticos ou operacionais, mas à estratégia das distribuidoras de manter – e ampliar – seus ganhos”. Ele conclui que “mesmo com algumas reduções no preço das refinarias, essas mesmas reduções não têm chegado ao consumidor final. A gente pode chegar à conclusão de que, na verdade, o que essas distribuidoras estão fazendo é aproveitar a redução dos custos nas refinarias para ampliar a sua margem de lucro”.

Este estudo recente corrobora o que há muito tempo afirmamos: as distribuidoras aproveitam as oportunidades para alavancar suas margens. Por exemplo, quando o diesel importado se torna vantajoso no mercado internacional, elas adquirem o produto, mas a queda nos preços não é repassada aos seus clientes, convertendo-se em resultado. Em contrapartida, qualquer indício de alta é imediatamente repassado.

Diversos fatores contribuem para essa dinâmica. O setor de distribuição de combustíveis no Brasil é um oligopólio, dominado por um pequeno número de grandes empresas que detêm uma parcela esmagadora do mercado. Essa concentração de poder cria barreiras à entrada de novos concorrentes e reduz a pressão competitiva, permitindo que essas empresas exerçam maior controle sobre os preços e inflem suas margens de lucro, especialmente em cenários de alta volatilidade.

A falta de transparência na formação de preços nesse elo da cadeia também representa um obstáculo. Para o consumidor, é quase impossível discernir qual parte do preço final é custo e qual é lucro. Essa complexidade dificulta o controle social e a fiscalização por parte de órgãos como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O efeito mais direto é sentido no bolso: o combustível mais caro corrói o poder de compra das famílias. Mas o impacto vai além. O preço do diesel, por exemplo, é um componente fundamental no custo do frete, o que significa que produtos de todos os tipos, do alimento à matéria-prima industrial, chegam mais caros às prateleiras, pressionando a inflação.

Em última análise, uma margem de distribuição excessivamente alta representa uma transferência de renda dos consumidores e dos setores produtivos para um segmento específico e altamente concentrado da economia.

Para reverter essa tendência, é fundamental um esforço conjunto. Isso inclui uma maior fiscalização por parte da ANP para coibir práticas abusivas, a implementação de políticas que incentivem a concorrência no setor de distribuição e, principalmente, a busca por uma maior transparência na composição de preços, permitindo que o consumidor saiba exatamente pelo que está pagando. Sem isso, continuaremos reféns de um custo invisível que, no fim do dia, pesa mais do que deveria na bomba e na vida de todos os brasileiros.

Outro ponto fundamental é que os clientes das distribuidoras também compreendam seu papel no momento da negociação e que os contratos firmados parametrizem seus custos, explicitando os índices que impactarão a variação dos custos. É crucial que a forma como a margem da distribuidora será ajustada ao longo do tempo esteja clara, pois reconhecemos que a margem não é estática e deve ser recomposta, já que o segmento não é uma instituição de caridade e precisa ser rentabilizado. No entanto, todo reajuste deve partir de um princípio econômico mensurável. Caso contrário, continuaremos a observar contratos com o famoso “cheque em branco”, sem qualquer cláusula de reajuste, concedendo “liberdade” às distribuidoras para realizar qualquer movimento, sob qualquer pretexto.

Nós da VPricing, somos uma empresa especializada em auxiliar seu negócio a compreender todos esses movimentos e seus impactos nos custos. Por isso, a gestão de compra é fundamental. Convidamos você a conhecer nosso trabalho e como podemos ajudar seu negócio.

Por: Bruno Valêncio • Founder

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