Estamos às vésperas do dia 01/Ago/2025, data que marca o início da possível taxação dos EUA contra o Brasil, com um risco da possibilidade do Brasil retalhar e aplicar a reciprocidade às tarifas.
Como o cenário ainda é de muita incerteza, isso tem gerado uma grande especulação e até mesmo um certo temor no mercado, principalmente, das grandes empresas, que tem o diesel como um dos principais custos dentro de suas operações.
Toda essa incerteza, tem feito as empresas traçarem cenários de qual seria o impacto, caso de fato o Brasil opte por retaliar as tarifas americanas. Como temos uma dependência de aproximadamente 27% no ano de 2025 de Diesel S10 Importado dentro do consumo consolidado até Junho/25 segundo os dados oficiais da ANP, fica a pergunta:
Qual seria o impacto dentro desse cenário, de um tarifa recíproca do Brasil aos produtos importados dos EUA?
Veja o racional disso abaixo:
O Brasil importou 7.940 bilhões de litros de diesel entre os meses de janeiro e junho, segundo os dados oficiais do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), a um custo total de R$24,267 bilhões, de acordo com o dólar médio de cada mês.
Desse total, 1.903 bilhões de litros tiveram como origem os EUA, o que representa um total de 24% do volume importado.
Para efeitos de cálculo, consideramos o impacto da taxa de 50%, sobre o produto oriundo somente dos EUA em cada um dos meses do ano.
O custo médio do diesel americano entrou no Brasil à média de R$3,1393/Litro, e considerando para efeito de cálculo a taxação de 50%, teríamos um adicional no custo do litro R$+1,5696/L pela média, chegando a custar o litro do diesel americano em R$ 4,7090/L.
Levando em consideração o volume de 1.903 bilhões de litros importados até então, o custo adicional das tarifas representaria um adicional de quase R$3 bilhões na importação. Portanto, a projeção eleva assim o custo com o diesel para R$27,267 bilhões.
Essa diferença representa R$0,3761/L, na ponderação de todo o volume importado pelo país, considerando todas as fontes de suprimentos, e como o importado representa 27% de todo o volume que o país necessita teríamos um adicional de custo final ponderado de R$0,10/L.
Esse é um cenário de impacto, levando em consideração os dados que temos públicos do MME, MDIC e ANP, e que pode ser considerado um cenário otimista, pois caso de fato a reciprocidade ocorra, a importação via EUA ficaria inviável, podendo até mesmo chegarmos ao ponto de falta de produto para abastecimento do nosso mercado interno
Como tudo ainda está baseado em especulações, iremos acompanhar o desenrolar de toda essa novela.
Por: Bruno Valêncio • Founder