Você deve estar diariamente ouvindo falar sobre Israel, Irã, Estreito de Ormuz, Petróleo, Combustíveis, tudo isso em uma dinâmica de ocorrência de fatos absurda e complicada, que muitas vezes te confunde. Então vamos resumir de forma cronológica a história até o momento.
1 – 13/Jun/25 – ISRAEL ataca o IRÃ
No dia 13/Jun, Israel inicia o ataque às instalações nucleares do Irã, sob a justificativa de que o Irã já possuía urânio enriquecido em mais de 60% possibilitando a construção de uma arma nuclear, o que para Israel era um risco muito grande. Após várias tentativas de acordo entre EUA x Irã, Israel foi de certa forma “autorizado” a atacar e acabar com o projeto nuclear do país vizinho.
O impacto sobre as cotações do petróleo foi imediato, subindo +7% para US$74,00/bpd, já que a região do conflito é responsável por produzir e escoar 20% da produção mundial de petróleo.
2 – 14/Jun/25 a 20/Jun/25 – RETALIAÇÕES MÚTUAS
Não precisamos entrar nos detalhes, mas é óbvio que o Irã a partir do dia 14/Jun começou a contra atacar Israel, suas bases militares, hospitais, refinarias, buscando causar prejuízos tão grandes aos que eles tiveram com os ataques recebidos, mas ficou claro ao longo do tempo que Israel estruturou muito bem a sua incursão, e estava preparado para as retaliações e a forma como lidaria com a situação.
No entanto, o objetivo não havia sido alcançado ainda, o Irã construiu usinas nucleares debaixo de montanhas, e Israel não tinha armamento capaz de atingir essas estruturas e às destruí-las.
Neste período a situação sobre as cotações do petróleo piorou, subindo mais +4% para US$ 77,00/bpd, com o mercado vendo as forças do Irã se esvaindo, e com isso surgindo a possibilidade do país usar de recursos econômicos como o fechamento do Estreito de Ormuz, para criar um caos global e atrair países interessados em que isso não ocorra para o conflito, como a China por exemplo.
3 – 21/Jun/25 – ATAQUE EUA ao IRÃ
Eis que surge os EUA, e no último sábado (21/Jun) eles atacaram as usinas nucleares do Irã construídas sobre montanhas, em um movimento muito localizado destinado somente às estruturas que poderiam viabilizar a obtenção de uma arma nuclear por parte do Irã, o que desde o início é o motivo pelo qual Israel atacou no último dia 13/Jun.
Assim que o ataque americano foi concluído, o mercado entrou em modo de PÂNICO, buscando precificar sobre o petróleo qual seria a reação do Irã, que poderia bloquear o Estreito de Ormuz gerando uma crise econômica mundial, e o quanto esse movimento dos EUA poderia fazer aquilo que hoje é denominado “Conflito” torna-se de fato uma “Guerra”.
4 – 23/Jun/2025 – A RESPOSTA do IRÃ
Durante a segunda-feira (23/Jun), o mercado e o noticiário ficaram na expectativa de qual seria a resposta do Irã ao ataque dos EUA. Em um momento havia quase a certeza de que haveria um bloqueio no Estreito de Ormuz e gerar um problema mundial, que atrairia de forma involuntária as principais economias do mundo para um embate.
Nessa espreita, o petróleo abriu o dia com altas de +5% chegando a US$ 80,00/bpd, mas conforme a resposta do Irã demorava a ocorrer e o fluxo no Estreito de Ormuz seguia sua normalidade, o mercado começou a entender que talvez não haveria uma resposta robusta do Irã.
De fato, por volta das 15hs (Brasília), o Irã promoveu um ataque de retaliação coordenado às bases dos EUA localizadas no Catar.
Este ataque não conseguiu atingir nenhuma das estruturas militares dos EUA, e foi confirmado via mídia que o Irã avisou antecipadamente o governo do Catar e dos EUA de que faria o “tal ataque”, ou seja, a retaliação foi somente um movimento protocolar de resposta, que mostrou que o Irã não quer escalar o conflito e que está muito enfraquecido.
> Os EFEITOS sobre o PETRÓLEO
Bom, com a retaliação do Irã feita, imediatamente, os investidores precificaram sobre o petróleo a “DESESCALADA” do conflito, e as cotações do BRENT caíram mais de -9%, retornando para os US$ 70,00/bpd. Portanto, o mercado já entendeu que o ápice deste conflito já aconteceu, e agora com o tempo a diplomacia terá espaço para acordos necessários e o cessar fogo.
Para corroborar com isso, o presidente dos EUA em declaração após a retaliação, deixou claro que está satisfeito com a resposta do Irã e de que não irá contra atacar.
Fonte: TradingView> Os IMPACTOS sobre o DIESEL IMPORTADO
Com o movimento de queda do petróleo desta segunda-feira (23/Jun), o impacto sobre os preços de aquisição do diesel importado serão sentidos a partir da semana de 30/06, embasado nos dados oficiais da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Portanto, é preciso entender que os atuais custos do Diesel S10 Importado são reflexo do que ocorreu entre os dias 13/06 a 23/06.
Abaixo demonstramos quais foram os impactos efetivos do aumento do petróleo, sobre o Diesel S10 importado neste período de tensionamento do conflito:

Diesel S10 Importado (Média Brasil ANP)
Custo Diesel Importado em 09/06 = R$ 3,1963/L
Custo Diesel Importado em 16/06 = R$ 3,2965/L
Custo Diesel Importado em 23/06 = R$ 3,6523/L
> Variação Total = R$ +0,4560/L
> Variação 15% Importação = R$ +0,0684/L
Resumindo, a distribuição é responsável por 15% da importação de Diesel S10 no Brasil em 2025, os outros 15% são importados pela PETROBRAS. Neste período o preço de compra do diesel em função da alta do petróleo aumentou R$ +0,4560/L, e o por óbvio o impacto sobre o estoque da distribuidora representou aumento de R$ +0,0684/L (15%).
Logo, o impacto sobre o seu preço de aquisição de Diesel S10 Importado perante a distribuição, deve seguir o mesmo fator da importação, ou seja, 15% o que representa os exatos R$ +0,0684/L, conforme os dados da ANP.
Adicionalmente, você deve ter recebido comunicados, mensagens e afins do seu fornecedor informando que com o aumento do petróleo e a possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, haveria impactos de aumento sobre os custos do Diesel S10, mas isso não ocorreu de fato e parece que não irá mesmo acontecer agora.
Sendo assim, é importante a partir de agora, que você explore o fato de que o petróleo recuou 9% nesta segunda-feira (23/06), devolvendo praticamente tudo aquilo que havia subido nas cotações do petróleo desde o início do conflito em 13/06. Caso você tenha recebido aumentos além dos valores devidos sobre os custos de Diesel S10 Importado durante esse período, é lógico que a partir de agora você receba durante os próximos dias os impactos desta queda agressiva do petróleo.
Essa cobrança precisa ser parte ativa do seu dia-a-dia, agora é o momento de requerer aquilo que é devido, por lógica e por direito, ou o Diesel S10 Importado só é utilizado pelo seu fornecedor para repassar aumentos sobre os seus custos de compra de combustíveis?
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Por: Bruno Valêncio • Founder