Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. A Petrobras segue ou não segue o PPI?
No dia de ontem (07/04), duas notícias chamaram a atenção nos noticiários, envolvendo a empresa de capital misto, que tem o governo federal como seu principal acionista controlador. E os títulos das matérias são.: “Ministro de Minas e Energia pressiona Petrobras por nova redução no preço dos combustíveis” e “Petrobras não deve alterar preços de combustíveis em cenário turbulento, diz CEO”
E as notícias esbarram justamente no polêmico tema do PPI, pois de um lado o Ministério de Minas Energia quer que Petrobras reduza os preços no mercado interno, visto que o barril de petróleo despencou no mercado 15%, após o anúncio do tarifaço do presidente Donald Trump e do outro lado a CEO da empresa diz que não irá realizar movimentos em um cenário turbulento.
Quem será que leva essa batalha, o lado político ou o lado econômico?
E é aqui que mora a controversa, pois a promessa do atual é governo era “abrasileirar” os preço no mercado interno, e por esse motivo lá em 2023, aPetrobras alterou sua política de preços informando o mercado que deixaria de seguir o PPI, e adotaria outros parâmetros, com o objetivo de não repassar a volatilidade do mercado externo para o mercado interno. Entretanto, na prática sabemos que não funciona bem assim, pois em momentos conturbados de mercado vimos Petrobras se movimentar, tendo que seguir o PPI como no aumento ocorrido em 01/Fev/25, quando o preço da empresa estava muito abaixo do mercado internacional e isso vinha dificultando as importações de diesel, já que não somos autossuficientes e necessitamos importar um volume significativo de diesel S10, para suprir nossa demanda.
E mais recente agora dia 01/Abr/25, a Petrobras também se viu obrigada a reduzir seu preço nas refinarias, já que o preço dela estava muito acima do mercado internacional, e isso abre uma janela para que as distribuidoras e tradings busquem produto com condições melhores no mercado internacional, e também como as refinarias privadas seguem o PPI essas também podem tomar participação de mercado companhia, em estados que fazem divisa.
E agora, a menos de uma semana de seu último reajuste, a Petrobras está novamente no meio do fogo cruzado. De um lado a ala governamental quer que a empresa reduza o preço, indo contra o que o próprio governo falou quando alterou a política de preços da empresa, repassando a volatilidade caso a empresa realize esse movimento, e do outro lado a empresa se posicionando que não irá se movimentar, pois como o mercado é incerto é preciso avaliar as principais variáveis de formação de preços da companhia.
Como diz aquele ditado popular, “cachorro com dois donos morre de fome”, ou seja, cada lado quer dar seu pitaco na gestão da empresa, e ninguém direciona com clareza qual o melhor caminho a ser seguido.
O fato é que o PPI ainda é a principal ferramenta utilizada em praticamente todo o mundo pelas empresas, é só olhar o comportamento das refinarias privadas em nosso mercado. E nessa briga de egos entre governo e gestores, quem perde é a empresa, que desde a sua mudança de gestão em alguns trimestre reportou prejuízos bilionários, e no passado chegou a ser a empresa mais endividada do mundo.
E quem paga a conta? Nós, pois as decisões equivocadas saem dos nossos bolsos, os brasileiros e brasileiras.
Por: Bruno Valêncio • Founder
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