Nos últimos dias estávamos vendo uma redução nas cotações do petróleo, porém ontem (01/10), o Irã realizou um ataque com mísseis contra Israel, aumentando as tensões geopolíticas no Oriente médio, e trazendo um impacto direto nas cotações do barril, fazendo com as cotações subisse 5%, e abrindo o mercado de hoje, em alta novamente.
A região corresponde por cerca de ⅓ de todo petróleo produzindo no mundo, e o aumento das tensões, traz impacto direto nas cotações da commodity, e também no câmbio.
Mas a Petrobras não deixou de seguir o PPI, como isso pode impactar nosso mercado?
Hoje não temos apenas Petrobrás como fonte de suprimentos, temos outras refinarias privadas, que seguem o PPI, temos uma dependência de 33% de diesel S10 importado, para suprir nossas necessidades internas, e a grande maioria desse produto importado, é negociado pelas distribuidoras e tradings, então um impacto no mercado externo afeta diretamente os preços no mercado interno.
Pois essas empresas não irão subsidiar o aumento, pelo contrário, ao menor sinal de aumento, o repasse chega antes mesmo dele acontecer.
E esse é o grande cerne do problema enfrentado diariamente por postos e compradores de combustíveis, pois a grande maioria dos contratos firmados, não tem previsão de reajustes, apenas mencionam o preço do dia, o que dá margem para as distribuidoras reajustarem seus preços da forma que bem entenderem.
O problema não está na alta do barril e na alta do derivado, mas sim na queda considerável que tivemos no diesel importado que entrou em nosso país e isso não chegou na ponta da cadeia, virando margem para as distribuidoras. Segundo dados da ANP, considerando os meses de agosto e setembro, a queda no diesel S10, deveria ser próxima de R$ 0,1750/L, considerando um mix de 30%.
Com essa alta no barril e também no câmbio, podem esperar que na próxima semana, as justificativas para os repasses, será a alta do barril, devido à escalada das tensões no Oriente Médio.
E o primeiro questionamento deve ser, mas é queda acumulada nos últimos meses do importado, onde foi parar? Ou você, minha “parceira distribuidora”, só utiliza o importado para aumento de preços, e quando tem queda ele vira resultado apenas para você?
O discurso muda de acordo com o que é melhor para a distribuidora e você comprador e dono do posto, fica a mercê da sua “parceira”.
O mercado não é o mesmo de 10 anos atrás, nesse período passamos por diversas mudanças no comportamento de preços, e por isso os contratos não devem ser feitos como eram feitos lá atrás. Essa mudança precisa começar a acontecer, ou veremos muitos negócios afundarem por não acompanhar essas mudanças. E nós da VPricing, estamos prontos para te suportar nessa mudança.
Por: Murilo Barco – Diretor Comercial
VPricing.