Encerrando nossos artigos, sobre os últimos balanços divulgados pelas 3 maiores distribuidoras do país, vemos uma evolução muito em linha dos resultados apresentados pela Raizen, com margens de contribuição muito semelhantes aos seus pares.
Estando em 2º lugar no ranking, a empresa que representa a marca Shell no país, teve o menor resultado em margem unitária, em comparação a Vibra e Ipiranga. Enquanto Vibra teve uma margem EBITDA unitária de R$ 0,1760/L e Ipiranga R$ 0,1400/L, Raizen obteve no segundo trimestre, uma margem de R$ 0,1220/L.
Apesar de ser o menor resultado dentre as maiores distribuidoras, isso representa um crescimento de mais 93% % em relação ao mesmo período do ano passado, nada mal, crescer 100% de margem no período de 1 ano não?
Talvez seja por esse motivo que estamos vendo um aumento na insatisfação da revenda que ostenta a marca, até mesmo os executivos da empresa sendo chamados por alguns sindicatos que representam a classe, para dar explicações sobre esse posicionamento.
Já vimos isso acontecer no passado com uma das grandes distribuidoras, que priorizam apenas margem e esquecem que o mercado é extremamente competitivo, e que na grande maioria dos lugares, apenas a marca não fará com que o posto venda mais.
Claro que resultado financeiro é primordial para o sucesso de um negócio, e não existe negócio que perdure sem dar lucro. Mas é preciso também achar um ponto de equilíbrio, para que a busca não seja apenas pela margem, mas também para o sucesso de seus parceiros que ostentam suas marcas.
Olhando para o volume comercializado observa-se uma redução de menos de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior, mais uma vez mostrando que mesmo com queda na comercialização o resultado financeiro veio muito forte.
Enquanto vemos alguns órgãos ligados ao governo, tentando achar o culpado pela alta nos preços dos combustíveis, que os postos são os responsáveis pela elevação dos preços, já que a Petrobras alterou sua política de preços e não altera o preço do diesel desde dezembro/23. É importante ressaltar que Petrobras é apenas uma das variáveis dessa imensa cadeia, como os biocombustíveis, que têm boa parte de seus insumos dolarizados, o dólar, que está nas alturas, a dependência de 33% de diesel S10 importado (e o dólar alto encarece a importação), o retorno dos impostos federais, o aumento do imposto estadual, aumento nos fretes, já que o diesel subiu, naturalmente o frete encarece, o custo do dinheiro, já que somos o país dos rentistas, e temos uma das maiores taxas de juros do mundo, e por aí vaí….será que realmente o culpado de tudo é o posto?
E o crescimento que vimos de margens das distribuidoras, isso naturalmente eleva os preços nas bombas, já que são elas as responsáveis por abastecer o mercado.
Enquanto o mercado consumidor e revendedor não entender, a importância de monitorar cada variável que compõe o custo dos combustíveis, buscar mais transparência nas negociações, continuar assinando contratos sem cláusulas de reajustes, não parametrizar seus preços, veremos cada vez mais as distribuidoras aumentando suas margens significativamente, postos levando a culpa pela alta, e consumidores finais tendo seus custos operacionais impactados.
Nós da VPricing temos o objetivo de trazer mais transparência nessa relação, ajudando você posto revendedor e cliente consumidor, a entender o porquê de cada variação, a monitorar todas as variáveis e ter uma negociação mais assertiva.