Em 13/05/2024, encerrou-se a primeira temporada de divulgação dos balanços das distribuidoras que tem suas ações negociadas na bolsa de valores, referente ao 1º trimestre do ano de 2024.
E para quem nos acompanha com frequência, já havíamos adiantado que o resultado seria muito em linha com os dois últimos trimestres do ano de 2023, onde elas tiveram resultados surpreendentes. E assim foi, as três maiores distribuidoras do país, novamente apresentaram números consistentes, e resultados financeiros de dar inveja ao segmento, o que corrobora com o que falamos a bastante tempo, enquanto o mercado não mudar sua forma de comprar, veremos cada vez mais, resultados como esses e os clientes atendidos por elas, principalmente os postos, que levam suas imagens, tendo seus resultados minguados, por contratos que são verdadeiros cheque em branco, e dão a “liberdade”, delas fazerem o que bem entenderem com os preços, pois não existe qualquer cláusula de reajustes prevista.
Vamos seguir na ordem de participação de mercado, segundo dados da ANP.
VIBRA
A Vibra registrou lucro líquido de R$789MM no primeiro trimestre de 2024, um salto frente ao lucro de R$ 81MM registrado em 1T23, informou a maior distribuidora de combustíveis do Brasil.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 1,41 bilhão de reais no trimestre encerrado em março, aumento de 105% na comparação ano a ano.
“O foco na carteira de clientes diretos e postos embandeirados, a redução de ineficiências e a melhoria de processos em toda a cadeia de distribuição, desde o suprimento até o pricing, nos propiciaram redução de volatilidade nos resultados e alcance de novos patamares consistentes de margens, mesmo em um ambiente competitivo desafiador proporcionado pelos estoques elevados de diesel S-10 no mercado”, afirmou a empresa em relatório de resultados.
A receita líquida ajustada da companhia teve acréscimo de 1,4% em base anual, totalizando 39,8 bilhões de reais.
O volume de vendas da Vibra recuou (-7,8%) no trimestre na comparação ano a ano, com as quedas em diesel (-13,1%), gasolina (-17,9%), coque (-63,1%), lubrificantes (-4,8%), óleo combustível (-5,0%) e outros (-20,2%) sendo compensadas parcialmente por um aumento no volume de etanol (+50,2%) e combustível para aviação (+12,8%).
“Tais reduções são reflexos diretos de nossa estratégia de foco em nossa rede embandeirada e no nosso cliente B2B (empresarial), iniciada em meados do segundo trimestre de 2023”, afirmou a companhia.
A margem de EBITDA total englobada por todos os produtos comercializados da distribuidora no 1T24 foi de R$ 164/m3 ou R$ 0,1640/L.
A Vibra dentre as três principais distribuidoras, é a que melhor detalha o resultado, pois ela divulga o mesmo por segmento de atuação.
REDE POSTOS
O volume comercializado foi de 5.316 bilhões de litros, o que representa uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, porém o resultado financeiro veio maior, a margem EBITDA foi de R$ 909 milhões, o que representa R$ 171/m3 ou R$ 0,1710/L, crescimento de 99,8% no EBITDA em relação ao mesmo período do ano anterior e de 119,1% na margem unitária, também considerando o mesmo período.
B2B
O volume comercializado foi de 3.283 bilhões de litros, o que representa uma queda de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior, a margem EBITDA foi de R$ 576 milhões, o que representa R$ 175/m3 ou R$ 0,1750/L, crescimento de 81,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 92,7% na margem unitária, também considerando o mesmo período.
RAIZEN
A Raizen registrou prejuízo líquido de R$ 878,6MM no primeiro trimestre de 2024, considerando todas as unidades de negócio do grupo, revertendo o resultado positivo obtido no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 2.663,1MM.
Considerando apenas o segmento de distribuição no Brasil, denominado no balanço da Raizen como Mobilidade Brasil, a margem EBITDA da companhia foi de R$ 1.337,8MM, o que representou no período uma margem unitária de R$ 205/m3 ou R$ 0,2050/L, que de 64,5% no EBITDA e 63,9% na margem unitária. Pois em 2023, no primeiro trimestre, a Raizen teve uma recuperação tributária que impactou seu resultado positivamente, onde ela teve uma margem unitária de R$ 568/m3.
Volume comercializado no período foi de 6.541 bilhões de litros, representando um faturamento de R$ 35.445,7 bilhões, uma queda de 1,4% no volume em relação ao mesmo período do ano anterior e 3,1% no faturamento.
IPIRANGA
A Ultrapar reportou lucro líquido de R$ 455MM para o 1T24, avanço de 66% ano a ano, impulsionado por maior Ebitda e menor despesa financeira líquida, informou a empresa em balanço nesta quarta-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia cresceu 26% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 1,36 bilhão de reais. Sem ajuste, o Ebitda apurado somou 1,22 bilhão de reais.
As despesas financeiras da Ultrapar recuaram a 443 milhões de reais no período, contra despesas de 502 milhões de reais na mesma etapa do ano anterior.
O conglomerado, que atua em energia, mobilidade e infraestrutura logística por meio da Ultragaz, Ipiranga e Ultracargo, apurou consumo de caixa de 573 milhões de reais, menor que o consumo de 711 milhões de reais um ano antes.
O desempenho, na base anual, do fluxo de caixa no primeiro trimestre foi atribuído pela empresa, em grande parte, ao maior Ebitda e ao aumento de risco sacado no período, atenuados pelo maior patamar de giro na Ipiranga.
A Ultrapar encerrou o trimestre com uma alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, de 1,3 vez, versus 1,1 vez no final de dezembro, e 2 vezes nos três meses encerrados em março de 2023.
“O aumento do endividamento líquido (trimestre a trimestre) se deve principalmente ao pagamento de dividendos em março de 2024 e ao investimento em capital de giro, decorrente do maior patamar de giro na Ipiranga e do efeito sazonal de postergação de pagamentos para o início do ano, devido ao feriado bancário no final de dezembro”, afirmou a Ultrapar.
A margem EBITDA da Ipiranga considerando todos os combustíveis comercializados foi de R$ 147,00/m3 ou R$ 0,1470/L no 1T24.