No final de 2023 tínhamos informado que o ano de 2024 se iniciaria com impactos importantes nos combustíveis, e o primeiro impacto ocorreu já no dia 01 de janeiro, com o retorno integral do PIS/COFINS no diesel.
Agora no dia 01 de fevereiro tivemos o aumento do ICMS monofásico da gasolina e do diesel, conforme despacho nº 67 publicado pelo CONFAZ, onde o ICMS da gasolina passou de R$ 1,2200/L para R$ 1,3721/L, gerando uma alta de R$ 0,1521/L e o ICMS do diesel passou de R$ 0,9456/L para R$ 1,0635/L, gerando uma alta de R$ 0,1179/L.
E como já vimos em outras alterações, principalmente de cunho tributário, o mercado de distribuição se movimentando de forma a prejudicar tanto grandes consumidores e postos revendedores, com as famosas justificativas.: “Petrobras está restringindo produto”, “estamos em adequação”, “produto importado está em alta”, aumentos desproporcionais ou sem qualquer tipo de justificativa, e tantas outras “desculpas” utilizadas.
Tudo isso acontece, pois tanto grandes consumidores e revendedores, ainda não entenderam que o mercado mudou, e que as negociações não são apenas baseadas em comparar o meu preço de compra com o do meu vizinho, ou com alguma referência que consegui com alguém.
Os grandes consumidores, que profissionalizaram seus equipes de suprimentos, dificilmente passam por situações como essas, pois quando vão a mercado e assinam um contrato de compromisso junto a uma distribuidoras, têm parametrizado seus custos, com todas as variáveis que compõem o seu preço de compra, quais índices serão utilizados para validação dos reajustes e qual a periodicidade com os reajustes serão aplicados.
Quando um revendedor ou um consumidor final assina um contrato, sem qualquer cláusula de reajustes, ele está dizendo para a distribuidora, que ela pode fazer o que ela quiser com o seu preço, e é isso que vemos acontecer em todos os movimentos de alta, sem exceção, e isso porque as distribuidoras estão muito à frente de seus clientes, tanto que vimos no terceiro trimestre do ano passado, margens da distribuição maiores do que as margens da revenda.
E isso se tornará cada vez mais comum, pois enquanto os clientes das distribuidoras não entenderem que o mercado mudou, que hoje não temos apenas Petrobrás que gera impacto nas variações de custos, que temos diversos fatores que impactam no preço, fatores esses que têm seus dados públicos, que é possível mensurar praticamente todos os itens que compõem o custos do combustível, seu negócio estará sendo cada dia mais prejudicado ou até mesmo com um sério risco de ser fechado.
E o mais importante de todos esses dados, todos eles são enviados para o órgão competente, no caso a ANP, pelas próprias distribuidoras, ou seja, é uma informação oficial que tem poder jurídico.
Então a desculpa que as distribuidoras adoram utilizar, que a ANP tem informações atrasadas, os dados não são reais, cai por terra, pois se órgão competente, que rege o segmento, divulga a informação que são informadas a ele, pelas próprias distribuidoras, em quem você vai acreditar?
Nas distribuidoras, que estão apenas visando seu lucro ou no órgão que compila as informações e as divulga como forma de trazer transparência.
Portanto revendedores e consumidor final, pare e repense na forma com que está gerindo suas compras de combustíveis, e não acredite que a distribuidora é sua parceira, ela apenas tem o interesse econômico dela, você que tem que buscar a informação e passar ser mais questionador e entender que um contrato, ele precisa ser bem feito e com cláusulas claras de reajustes, pois caso contrário, veremos movimentos como esses que vimos no início de fevereiro, onde o reajuste da gasolina que deveria ser de R$ 0,15/L, foi de R$ 0,25 e o do diesel que deveria ser de R$ 0,12, foi de R$ 0,20.
E lembre-se, que é você que é visto pelo seu cliente, e os órgãos de fiscalização adoram um bode expiatório para pôr a culpa.
Nós da Valêncio Pricing, temos uma ferramenta poderosa que pode auxiliar você nessa gestão, onde é possível acompanhar todas as variações e otimizar sua gestão de compra.