Em meados de maio, a Petrobras alterou sua política de preços para os derivados no mercado interno, deixando de seguir exclusivamente o PPI.
Logo quando a mudança foi anunciada, alertamos para as consequências que ela poderia trazer para o mercado, e em pouco tempo, 3 meses após essas alterações, já estamos vendo o reflexo, principalmente para o diesel S10 em nosso mercado.
Desde o início de agosto, temos visto o mercado de distribuição, passando por dificuldades, e consequentemente impactando os clientes, diariamente, vemos restrição de produtos, principalmente diesel S10, aumentos sucessivos de preços, e isso é reflexo da disparidade que temos hoje em relação ao produto importado. Segundo dados da ANP, até junho importamos aproximadamente 25% do diesel que consumimos no país, e com a diferença hoje passando da casa de R$ 1/L para importar, isso inviabiliza a importação para a grande maioria das distribuidoras e tradings, pois como absorver uma diferença tão grande?
Mas claro, que boa parte de todos esses movimentos, tem uma parcela que está indo para margem das distribuidoras, nem tudo é repasse real de custo.
Se analisamos o custo do produto importado que entrou em nosso país, considerando o porto de São Luis/MA, que é responsável por receber 25% do produto importado do Brasil, vemos que de janeiro até Junho/23, o S10 caiu R$ 1,57/L, segundo dados da ANP, que divulga semanalmente o custo do diesel que entra em nosso país. Levando em consideração que compramos 25% de diesel importado até junho, também segundo informações da ANP, isso deveria representar uma queda de aproximadamente R$ 0,40/L. Se consideramos o biodiesel no mesmo período, ele caiu em média no país aproximadamente R$ 0,20/L, já considerando a mistura.
Será que em algum momento a distribuidora a qual você tem contrato, te chamou para uma conversa, e disse.: “Olha estou comprando produto importado mais barato, e como sou sua parceira, vou reduzir seu preço, e aproveitando, como o biodiesel caiu, também vou repassar esse benefício para você”.
Tenho a certeza de que isso não aconteceu, pois as desculpas que eles utilizam são sempre em favor deles.
Analisando o período de julho até a primeira semana de agosto, o diesel importado subiu R$ 0,7550/L, considerando os mesmos 25%, isso representaria uma alta de R$ 0,19/L no período, e, com certeza até agora, você recebeu um impacto muito maior do que esse.
Não estamos falando que não vivemos um momento delicado, mas é claro que boa parte do que vem acontecendo principalmente em relação aos movimentos de preços, poderiam ser diferentes, se existisse uma relação mais transparente, principalmente nos contratos das distribuidoras, que não preveem cláusulas de reajustes.
E nós da Valêncio Consultoria, temos expertise nesse tipo de relação e podemos te auxiliar com informações que podem ser cruciais na sua negociação junto as distribuidoras.
Por: Murilo Barco – Diretor Comercial