Foi divulgado na data de ontem (03/08), o resultado do 2 trimestre da Petrobras, onde mostrou uma redução do lucro da companhia de 47%, que segundo alegação da Petrobras tem relação com a queda no Barril, quando analisado o mesmo período.
Para lembramos, Petrobras mudou sua política de preços em meados do 2 trimestre, em um momento, onde havia o espaço uma redução, analisando o PPI.
Porém desde a mudança da política de preços, o cenário de petróleo mudou bastante, o barril subiu aproximadamente 14%, a gasolina no Golfo subiu 7,3% e o diesel 24,8%, segundo dados da EIA (U. S. Energy Information Administration).
Por conta da mudança na política de preços, vemos reflexos já surgindo em nosso mercado, como restrições de carregamentos, aumento de preços nos combustíveis em geral, pois a diferença é tão grande, que para o diesel hoje, já chega a mais de R$ 1,00/L e na gasolina R$ 0,90/L, dificultando e até mesmo fechando as portas para que empresas consigam importar para suprir nossa demanda.
No segundo trimestre, segundo dados da ANP, Petrobras importou cerca de 77,4% de toda gasolina importada do país, contra 51% no mesmo período do ano de 2022.
Fonte: COMEX STAT e SIMP/ANP
Porém para o diesel, vemos que Petrobras deixou para o mercado essa responsabilidade, reduzindo a importação para 21,6% no ano 2023, frente a uma importação de 48,1% no ano de 2022, de todo produto importado pelo Brasil.
E como Petrobras não vem repassando as oscilações para o mercado, distribuidoras de menor porte e até mesmo importadores independentes, hoje praticamente não conseguem importar, pois com uma diferença tão grande em relação ao mercado externo, como repassar esse custo para o mercado?
Já as distribuidoras maiores, seguem sua vida normalmente, porém elas conseguem repassar essa diferença para o mercado, devido a sua capilaridade operacional e capacidade financeira. Só que restrições de carregamento vem acontecendo, pois elas irão priorizar seus parceiros.
Já havíamos alertado, quando a mudança de política ocorreu, que esse poderia ser um dos reflexos, porém ele veio mais rápido do que o esperado.
E como a situação se agravou mais a partir de julho, os reflexos dessa diferença, devem aparecer no próximo resultado da Petrobras, onde ela tende a ter um resultado financeiro em queda, caso continue absorvendo essa diferença para o mercado.
Por: Murilo Barco – Diretor Comercial
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