Estamos caminhando para mais um final de mês, com mudanças importantes relacionadas aos impostos dos combustíveis.
Para relembrar, em março desse ano, tivemos uma reoneração parcial dos impostos federais (PIS/COFINS) na gasolina e no etanol, e a medida provisória que foi publicada, tem um prazo de validade, que se encerra agora em 30/06, e ao que tudo indica até o momento, é de que ela não será prorrogada, e com isso teremos a volta total do PIS/COFINS na gasolina e no etanol, e com ela um impacto de aumento no preço dos combustíveis, algo em torno de R$ 0,33/L na gasolina e R$ 0,22/L no etanol.
Relembrando as recentes mudanças que tivemos nos impostos estaduais com a entrada da monofasia do ICMS do diesel em abril e da gasolina em maio, onde essas mudanças geraram aumento na grande maioria dos estados, vimos uma enxurrada de restrições por parte das distribuidoras, com a desculpa de que havia restrição de produto.
Mas vejam que interessante, os fatos nos mostram ao contrário, segundo a Petrobras, um dos principais agentes abastecedores do nosso país, suas refinarias fecharam maio com o maior fator de utilização 95% e em maio a empresa informou que bateu recorde de produção de diesel S10 no país, com a marca de mais de 2 bilhões de litros. Segundo dados da ANP, importamos até abril, cerca de 500 milhões de litros a mais de gasolina do que no ano de 2022, estamos em plena safra da cana de açúcar, com oferta de etanol disponível para o mercado.
Não tivemos greve ou paralisação de refinarias, fatores esse que poderiam interferir na produção e ocasionar um desabastecimento pontual, qual o motivo então de restringir produto?
Como disse no início do texto, estamos nos aproximando de uma mudança importante com a previsão de aumento de custo de produto, alguém acredita que teremos restrições novamente?
Isso se chama custo de oportunidade, porque não aproveitar o momento para segurar estoques altos, e no dia seguinte pós aumento, repassar isso para o cliente, já que seu estoque antigo estava com preço mais baixo e agora você poderá vende-lo com um plus considerável, o quanto isso não representa de ganho de margem dentro de um volume gigantesco.
Imagina se o dono de posto resolve fazer essa mesma prática, órgãos de fiscalização, imprensa, consumidores, o crucificariam, agora as empresas que abastecem esses postos fazer isso, é algo “normal” dentro do mercado, e ninguém enxerga isso, pois quem é visto pelo grande público são os postos.
Os postos são o último elo de uma cadeia gigantesca, porém eles são os primeiros a serem os bodes expiatórios.
Por: MURILO GENARI BARCO | Diretor Comercial
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