Acabamos de iniciar o mês de junho, com uma mudança importante em relação ao ICMS que incide sobre a gasolina, ele passou a ser único em todo o país, simplificando a tributação, a cobrança e evitando a guerra tributária entre os estados.
Na semana passada falamos um pouco sobre os impactos que essa mudança iria gerar, onde cada estado teria um impacto diferente, devido ao ICMS anterior ser diferente em cada estado.
Também alertamos que são nesses momentos que as distribuidoras se aproveitam para de alguma forma majorarem suas margens, como repassando valores maiores do que realmente o cliente deveria receber, e aí vem as famosas “desculpas”, como aumento de frete, aumento por conta de etanol, alta no CBIOs, custos acessórios, produto importado e por aí vai.
Um momento, onde o impacto ele deveria ser apenas devido a mudança do IMPOSTO, ou seja, impacto esse que não tem como fugir, pois, como o próprio nome diz, ele é imposto. Vemos cada vez mais as distribuidoras agindo de forma arbitrária, para aumentarem suas margens, e essa prática não é apenas de uma, mas é um vicio de mercado.
Dentro da nossa carteira de clientes, vimos reajustes em média de R$ 0,05/L à R$ 0,07/L a mais do que realmente deveria ser. Que tipo de alteração “ex” imposto geraria uma alta dessa magnitude? Frete? Em maio a ANTT, publicou uma nova tabela reduzindo o frete em todo país, devido as quedas constantes que o diesel teve. Importado? A mudança na política de preços da Petrobras acabou de acontecer, esse produto importado ainda não chegou, e já está gerando impacto assim?
Lembrando que tivemos diversas janelas consideráveis com o produto importado mais barato, será que o cliente recebeu essa queda, devido ao mix do importado estar mais vantajoso?
Impacto devido ao etanol? Como se todos os índices da Esalq mostram queda na cotação do anidro, que vai misturado à gasolina.
Veja que nenhuma informação converge com o que é passado pelas distribuidoras, o único fato que realmente vemos, são distribuidoras aumentando suas margens ao longo dos anos, tendo margens superiores, as que os postos têm em suas operações. Como por exemplo em um balanço recente, uma distribuidora reportou margem EBITIDA de aproximadamente R$ 280/m³. Qual posto reporta esse tipo de resultado?
Bom, esse é um assunto para outra semana.
O que queremos falar, o quão importante é ter acesso as informações, e saber utilizar elas a seu favor, pois não é um contrato, que por sinal não tem qualquer tipo de cláusula de reajuste, que deve fazer você aceitar passivamente o que vem por parte das distribuidoras. Hoje é possível se mensurar praticamente todos os custos que compõe o combustível comercializado em nosso país, então busque o máximo de informação possível e brigue para que você receba de forma correta suas variações.
Esse é o nosso trabalho como consultoria, ajudar você a entender se realmente você está tendo uma relação justa junto ao seu fornecedor.
Por: MURILO GENARI BARCO | Diretor Comercial
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